“Os relatos dos usuários [de crack] nos mostram que a única política que historicamente lhes foi reservada foram as necropolíticas. A própria Cracolândia pode ser interpretada como uma necrópole. Todas as pólis (lugar da biopolitica) têm suas necrópoles. Os nomes dados para as ações do Estado para esta população deixa claro às intenções baseadas exclusivamente na repressão: Tolerância Zero, Operação Limpa e Operação Dor e Sofrimento. Desde meados dos anos 1990 até a criação do DBA [De Braços Abertos] as ações do poder público na região foram marcadas pela predominância do dispositivo policial e por possuírem um caráter de ação imediata e pretensamente definitiva, com a intenção de acabar com a Cracolândia.” (Berenice Bento. Prefácio. "Sob fogo cruzado: antecedentes, construção e desmonte do programa De Braços Abertos na Cracolândia paulistana". Ygor Diego Delgado Alves e Pedro Paulo Gomes Pereira. EdUFBA)


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