"E a relação analítica é direta: têm mais LGBT hoje por causa do PT. Então, o 'kit-gay' passou a ser um significante que fixou um sentido. A materialidade que eu dizia não existir pouco importava (...) A visibilização de corpos trans nas telenovelas, nos programas de televisão, o direito à união civil de pessoas do mesmo sexo, a fuga dos armários de gays e lésbicas, o direito ao nome social para pessoas trans. No campo artístico, exposições, montagens teatrais, músicas, performances(...) Quando a senhora me dizia [durante a campanha eleitoral]: “O kit-gay existiu, sim”, certamente ela teve uma experiência próxima (um filho que assumiu a homossexualidade? Uma filha trans?) que a autorizava a dizer que a minha verdade era nada diante do que a realidade lhe apresentava. (Berenice Bento, “Existe uma ‘agenda moral’? Gênero, sexualidade e relações de poder, in: Gênero, sexualidades e conservadorismos)
DOUTORA EM SOCIOLOGIA. PROFESSORA DO DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA DA UnB
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